Bancos públicos perdem fatia de empréstimo com boa classificação de risco

Carteira das maiores notas representa mais de 70% do que instituições financeiras têm no mercado

 

Maria Cristina Frias
Os bancos privados ganharam participação no total de empréstimos de boa classificação de crédito, aqueles que têm baixo risco de entrar em inadimplência, de acordo com dados do Banco Central.

A carteira das maiores notas (AA, A e B) representa mais de 70% do que as instituições financeiras têm no mercado.

Os bancos públicos perderam 3 pontos percentuais desse bolo nos últimos dois anos, e os privados ganharam essa mesma fatia no período entre junho de 2016 e o mesmo mês deste ano.

Parte da explicação é um movimento dos públicos para melhorar seu perfil: eles diminuíram a carteira toda, inclusive a de bons índices.

O crédito é dinâmico —um bom tomador pode ter sua classificação piorada ao longo do tempo. Se a instituição financeira busca se precaver de uma piora futura, evita emprestar, segundo uma executiva da Caixa Econômica.

Para se enquadrar nos critérios de Basileia 3, a Caixa fez um esforço nesse sentido. Isso deve prosseguir nos próximos meses, afirma.

O Banco do Brasil também tem buscado qualidade, e não em ganhar mercado, segundo executivo da instituição.

Houve uma leve piora de risco de 2016 para 2017, e em 2018, o banco melhorou o perfil de seus empréstimos.

“O mercado se moveu de públicos para privados”, diz Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper. Como eles tinham uma carteira menor, com uma possível retomada da crise, eles têm mais espaço para crescer, segundo ele.

 

 

Previsão de Anvisa não se realiza e fim de fila de genéricos fica para dezembro

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não conseguiu zerar a fila de análise de medicamentos genéricos até o fim de agosto, conforme havia previsto.

A entidade anunciou, em julho deste ano, que o passivo seria encerrado até o mês seguinte. Há hoje cerca de 111 petições pendentes, sendo que 44 foram adicionadas após a definição da estratégia.

A agência afirma que uma parte não foi solucionada “devido à demanda da mesma área técnica para analisar processos prioritários para doenças raras” e que a questão será resolvida até dezembro.

O atraso é compreensível perto da situação anterior e não é considerado negativo pelo setor, diz Telma Salles, da PróGenéricos (entidade setorial). “Havia 763 petições em julho de 2017”, diz ela.

“Houve também uma mudança na presidência e uma reorganização das diretorias que pode
ter impactado o fluxo de trabalho deles. Mas acredito que vão conseguir zerar a fila antes
[de dezembro].”

 

 

Escola poliglota

A rede educacional Lumiar deverá abrir mais quatro escolas até o fim deste ano, segundo o sócio-fundador Ricardo Semler, que detém 50% da companhia. A outra metade é de Daniel Castanho, fundador do grupo Ânima Educação.

Todas se baseiam em salas com alunos de várias idades, além de conteúdos divididos em competências.

Duas inaugurações serão no Brasil e as outras ficarão em Istambul (Turquia) e Dubai, afirma Semler. São 8 unidades hoje, 3 delas no exterior.

“Temos um investimento previsto de R$ 30 milhões, feito sempre com um parceiro local [onde o colégio funcionará]”, diz ele. O montante inclui aportes na plataforma que centraliza o material dos cursos e o histórico de alunos.

“O plano, porém, é abrir 12 escolas-modelo próprias pelo mundo, uma em São Paulo e o restante fora, para servir como showroom do método. A primeira deverá ser entregue até o fim de 2019.”

 

 

Notebook mais caro

A receita com a venda de computadores pessoais no Brasil foi de R$ 6,58 bilhões no primeiro semestre, 23% a mais que o registrado no mesmo período de 2017, segundo a consultoria multinacional IDC.

No número de unidades comercializadas, a alta foi de 17%. Foram 2,75 milhões de computadores e notebooks vendidos até junho deste ano.

“Esse mercado sofreu retração com a crise até 2017. Agora, vemos que o consumidor voltou a repor equipamentos que estavam obsoletos”, diz Wellington La Falce, analista de pesquisa da consultoria.

As compras públicas e o setor educacional impulsionaram as vendas no segundo trimestre, período que teve os melhores resultados.

Os preços dos aparelhos, que iniciaram 2018 sem reajustes, subiram de abril a junho. O tíquete médio de desktops encerrou o semestre em R$ 2.190, valor 10% maior que o de março. O de notebooks foi de R$ 3.243, alta de 13%.

“A alta do dólar determinou esse aumento, que deve seguir no terceiro trimestre. Isso deverá reduzir o ritmo de vendas.”

 

Cheiro… O índice que mede a intenção de lançamentos na indústria, medido pelos pedidos para códigos de barra, subiu 8,2% em agosto na comparação com o mês anterior, segundo a GS1 Brasil, responsável pelos registros.

…de novidade A alta foi de 50,4% na comparação com o mesmo mês de 2017 e de 16,3% no
acumulado de 2018. Vestuário foi a categoria que mais se destacou.

Exportação virtual A Apex-Brasil (agência de promoção de exportações) vai investir R$ 2
milhões na capacitação de empresas brasileiras interessadas em vender para os EUA via
ecommerce.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

 

Mercado Aberto
Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida
empresarial.

Fonte: Folha de S.Paulo



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